Dalva, Geni, Omar, Nancy, Iris, George, Alcides.. formam a Diretoria da ACP, que está muito preocupada em promover eventos que ajudem a melhorar a qualidade de vida dos portadores desta insidiosa doença!!!!

21 agosto, 2006


Mais chances contra o Parkinson

As descobertas para combater a
doença que atinge uma em cada
100 pessoas com mais de 65 anos

Por Cilene Pereira

A doença de Parkinson é cruel. Seus sintomas, entre eles os conhecidos tremores e a rigidez muscular, manifestam-se primeiro de forma sutil, mas depois evoluem progressivamente, prejudicando pouco a pouco a qualidade de vida do paciente até tirá-lo completamente de cena. E sua incidência é alta. Calcula-se que um em cada 100 indivíduos com mais de 65 anos desenvolvam o mal. Até por essa gravidade, a ciência tem investido na procura de novas informações que elucidem o mecanismo da enfermidade e também no desenvolvimento de drogas mais eficazes. Felizmente, há bons resultados desses esforços.

Um deles já está disponível nos Estados Unidos e na Europa e espera-se sua chegada ao Brasil no ano que vem. Trata-se do medicamento rasagilina, fabricado pelo laboratório israelense Teva. Estudos indicam que o remédio teria a capacidade de impedir a progressão da doença, um benefício realmente importante não apresentado pela maioria das outras drogas usadas contra a enfermidade. “As pesquisas mostram que um ano após o uso da rasagilina os pacientes apresentam melhores condições do que aqueles que não foram medicados com o remédio”, informa Egberto Barbosa, professor de neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A razão desse desempenho estaria no fato de o medicamento evitar a morte das células nervosas dos gânglios basais, uma das estruturas cerebrais. Esses neurônios são responsáveis pela suavização dos movimentos e pela coordenação das alterações posturais. Na doença, porém, por razões ainda não totalmente desvendadas, essas células se degeneram, desencadeando os sintomas clássicos do Parkinson.

Hoje, a base do tratamento são as drogas que equilibram a quantidade de dopamina, uma das substâncias do cérebro que fazem a comunicação entre os neurônios e que está associada à doença. Nessa área, outra boa notícia. Cientistas da Clínica Mayo (EUA) anunciaram recentemente terem conseguido gerar novos neurônios na área atingida pela doença a partir da infusão, em ratos, de uma droga que atua sobre a dopamina. Os animais tratados por oito semanas manifestaram 80% de melhora nos movimentos. Os efeitos duraram até quatro meses após o término do tratamento. Ainda no campo dos medicamentos, outra novidade foi a aprovação pelo governo americano, há dois meses, do Exelon para tratar a demência que pode ocorrer nos pacientes. É o primeiro indicado oficialmente para essa finalidade. Originalmente, a medicação era usada contra a demência em vítimas do mal de Alzheimer.

Mas as pesquisas vão muito além dos remédios. No início do mês, cientistas do Erasmus Medical Center, na Holanda, anunciaram que uma dieta rica em vitamina B6, encontrada em carnes e vegetais, pode diminuir o risco de desenvolvimento do Parkinson. A conclusão foi feita a partir da análise dos casos de 5,2 mil homens e mulheres com mais de 55 anos durante dez anos. Entre os que ingeriram boas quantidades da vitamina, a chance de ter Parkinson foi 54% menor do que entre aqueles que não incluíam o nutriente em quantidades significativas no cardápio. De fato, a B6 é essencial para o bom funcionamento do sistema nervoso.

Outro alvo de estudo são as causas da doença. Até agora, sabe-se que entre elas estão a exposição prolongada a pesticidas, complicações tardias de encefalite viral, que produz uma inflamação no cérebro, e propensão genética. Há duas semanas, cientistas da Clínica Mayo divulgaram uma pesquisa na qual defendem que a rinite alérgica também está associada ao problema. “Esses pacientes têm cerca de três vezes mais chance de sofrer da doença”, afirmou James Bower, coordenador do trabalho. A hipótese seria a de que a inflamação causada pela rinite produziria substâncias letais para os neurônios. São informações fundamentais para um combate mais intensivo à doença. E isso é urgente. Segundo observações americanas, muitos pacientes estão recebendo o diagnóstico antes de 50 anos. Encontrar novas respostas o mais rápido possível é, portanto, um desafio que a medicina precisa vencer com urgência.

Um comentário:

Anônimo disse...

Dalva: um beijinho e que tudo esteja a correr bem....
Uma boa semana.