Dalva, Geni, Omar, Nancy, Iris, George, Alcides.. formam a Diretoria da ACP, que está muito preocupada em promover eventos que ajudem a melhorar a qualidade de vida dos portadores desta insidiosa doença!!!!

17 dezembro, 2006

O PESO DA IDADE

Não há como escapar! Acontece com todo mundo. A idade vai chegando, e nosso corpo vai mudando. Mudanças que, em geral, não conseguimos controlar. O aumento de peso é uma delas e atinge principalmente as mulheres.

"Eu não sei como consegui engordar assim. Deve ter sido por não fazer exercício e depois entrar na menopausa. Por qualquer coisa, eu abria a geladeira e só ia dormir quando o estômago estava bem cheinho", conta dona Sônia Sena Massa, 64 anos.

Mas dona Sônia pagou um preço alto por isso. Quando se deu conta, estava obesa e diabética. Uma doença reumática lhe causava muitas dores e, para piorar, tinha crises profundas de depressão. Seu corpo era tão pesado que ela já não conseguia realizar até mesmo as mais simples tarefas do dia.

"Eu entrei em depressão porque não podia cuidar da minha casa. Lavar três pratos já era o bastante para ficar cansada. Cheguei a um ponto em que quase não estava andando. Com isso, eu falei assim: 'Não vou andar mais e vou ficar na cadeira de rodas'. Então, foi um sofrimento muito grande", lembra dona Sônia.

Foram muitas dietas, mas nenhuma deu resultado significativo. Até que, aos 61 anos e com 115 quilos, dona Sônia enfrentou, pela primeira vez na vida, uma aula de ginástica.

O começo não foi nada fácil, mas ela não teve escolha. Foi ordem médica: os exercícios eram parte fundamental no tratamento de suas várias doenças. Aos poucos, dona Sônia foi superando a dificuldade de acompanhar o ritmo da aula. Mas ainda reclama quando a professora exige mais esforço.

Dona Sônia fez parte de um estudo inédito realizado pelo professor de educação física Mauro Ferreira na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Pela primeira vez no Brasil, ele relacionou a antropometria – que são as medidas corporais – com a qualidade de vida. Foram avaliadas 416 mulheres paulistanas com mais de 60 anos.

A pesquisa constatou que há uma relação matemática: quanto maior o índice de massa corporal e a circunferência da cintura, maior também é a dificuldade física para realizar tarefas do cotidiano. Varrer a casa, subir escadas e andar um quarteirão são atividades banais que vão se transformando em verdadeiro sofrimento.

"O exercício é uma forma de dar proteção contra o problema do aumento de peso e da obesidade. Porém, ainda assim, o exercício não protege totalmente. É necessário que haja um controle – desde a idade adulta jovem – para não chegar à terceira idade ou à idade idosa com sobrepeso ou obesidade. Isso vai acarretar, com certeza, comprometimento da qualidade de vida dessas pessoas", alerta Mauro Ferreira.

Quem percebeu isso a tempo hoje leva vantagem. Aos 84 anos, Maria Dos Santos Baleeiro conta que faz exercícios há quase 35 anos. "Eu acho que faz bem para tudo. Eu só me sinto bem fazendo exercício", diz ela.

Para quem ainda tem preguiça de começar, o professor incentiva: "O maior ganho é no momento de transição do sedentarismo para a atividade física. À medida que a pessoa se engaja, ela vai perceber os benefícios e a tendência é que ela fique constantemente fazendo atividade e que ela inclua nos seus hábitos de vida a importante prática do exercício físico de forma regular. Dá para viver um pouquinho mais".

Um pouquinho mais e muito melhor. Dona Sônia já descobriu isso: multiplicou as atividades e somou os benefícios. "Fui para hidroginástica, para tirar as dores. E também estou fazendo vôlei. Me sinto maravilhosamente bem", comemora a "atleta".