Dalva, Geni, Omar, Nancy, Iris, George, Alcides.. formam a Diretoria da ACP, que está muito preocupada em promover eventos que ajudem a melhorar a qualidade de vida dos portadores desta insidiosa doença!!!!

19 julho, 2011

Mais preparo do profissional, mais qualidade de vida do idoso

Os problemas dos idosos também são problemas de família. A previsão do gerontologista e professor Antero Coelho Neto é que em 2050, mais da metade dos brasileiros seja idosa

O Alzheimer e o Parkinson já são problemas de saúde pública. O número de pessoas com mais de 60 anos hoje, no País, é de mais de 21 milhões. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no censo demográfico 2010. Num universo de mais de 190 milhões de habitantes, o número representa mais de 10% da população.

Gerontologista e professor de medicina da UFC, Antero Coelho Neto calcula que, em cerca de 40 anos, a quantidade de idosos no Brasil deve se igualar à de jovens e adultos. E o País não vem se preparando para essa breve e urgente realidade. “Tem o hospital da criança, da mulher, mas ninguém fala em hospital do idoso”, adverte. Aos 84 anos, o professor e diretor da Academia Cearense de Medicina dedica-se hoje ao estudo das implicações sociais, psicológicas e biológicas do envelhecimento.

“O sistema de saúde não tem desenvolvido políticas públicas de saúde para fazer face a esse problema”, delimita o geriatra João Macêdo, também professor da UFC, do Instituto de Geriatria e Gerontologia do Ceará. A falta de preparo tem tirado o sono do médico. Se hoje o número de idosos com Alzheimer é de 7% da população com mais de 60 anos, muito em breve, essa e outras doenças típicas do envelhecimento devem trazer grandes problemas para a saúde pública. Justamente pela falta de planejamento. Em Fortaleza, de acordo com João Macêdo, a quantidade de idosos com Alzheimer chega a 21 mil.

O que falta na rede pública não é somente condições estruturais. Também está em baixa a conscientização e capacitação dos profissionais de saúde. “Há até pouco tempo, o cuidado de idosos não ocupava posição tão importante nas práticas de saúde. Os profissionais achavam mesmo que toda doença de idoso era sem jeito, não tinha mesmo mais nada para fazer. Então, o cuidado do idoso no âmbito do sistema saúde ficava meio marginal”, pontua o geriatra João Macêdo.

Por muito tempo, segundo ele, criou-se a ideia de que quem cuidava de idoso eram profissionais desqualificados, de categoria inferior. “E hoje sabemos que não é verdade. As doenças não são inexoráveis do envelhecimento, porque nem todos vão ter Alzheimer”.

O problema do idoso geralmente é um problema que influencia toda a família, como classifica o gerontologista Antero Coelho Neto. O atendimento que o médico realiza não é direcionado à pessoa da terceira idade, mas aos parentes e cuidadores dos pacientes. “Muitos portadores vivem muitos anos. E, de certa forma, isso condiciona um transtorno muito grande para a família, porque ela nem sempre está preparada, não sabe o que é, não se conscientiza da gravidade, não tem consciência de como poderá evitar os problemas futuros”, assinala. O papel do gerontologista se inicia justamente aí: o profissional explica que mudanças e adaptações são necessárias para uma qualidade de vida. “Basicamente, é atenção, paciência e amor”, conta. (Angélica Feitosa)

fonte: JORNAL DE HOJE- Ciencia e Saúde

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