TOXINA BOTULÍNICA - BOTOX
A toxina botulínica tipo A é uma neurotoxina que causa uma desnervação química na junção neuromuscular. A injeção da toxina botulínica é um procedimento que oferece uma terapia eficaz no controle dos espasmos musculares. Aprovada pelo “Food and Drugs Administration” em 1989 para tratamento das distonias faciais e estrabismo, o tratamento é realizado em base ambulatorial, evitando-se o custo hospitalar. No Brasil, a toxina botulínica foi liberada para uso médico pelo Ministério da Saúde em 1992
A toxina botulínica tipo A é um dos sete sorotipos (A-G) produzidos pela bactéria anaeróbica gram-negativa Clostridium botulinum. O tipo A foi selecionado para o uso farmacológico devido a viabilidade na forma cristalina. Sua molécula é uma macroproteína e com alto peso molecular (150.000 daltons), podendo ser cristalizada em forma estável. A paralisia causada pela toxina resulta de um bloqueio da neurotransmissão devido a inibição da liberação de acetilcolina nos terminais nervosos.
Duas preparações de toxina botulínica tipo A estão disponíveis no mercado: Botox® (Allergan, USA) e Dysport® (Porton Products, UK). Resultados favoráveis do tratamento das distonias focais com ambas as preparações tem sido publicados.
Doses de Botox® e Dysport® não podem ser comparadas diretamente. Um frasco de Botox® contêm 100 unidades de toxina botulínica tipo A. Cada unidade corresponde a dose intraperitoneal letal média (DL-50) da toxina botulínica reconstituído, calculada em camundongos. Baseado em unidades de peso, Dysport® é 16 vezes mais potente do que o Botox® (40 unidades internacionais (UI) e 2,5 UI por nanograma do complexo toxina-hemaglutinina, respectivamente). Baseado em unidades de atividade biológica, 1 UI de Botox® é equivalente a 4 UI de Dysport®.
Os efeitos colaterais decorrentes da injeção da toxina botulínica são passageiros. Ptose palpebral é a complicação mais comum. Outras alterações são a ceratite, lacrimejamento, olho seco, diplopia, edema palpebral, piscar incompleto, lagoftalmo, quemose, entrópio ou ectrópio, dor local, embaçamento visual e parestesia facial. Quanto mais distante os locais de injeções da margem palpebral, menor o risco de efeito colateral e menor o tempo de ação da toxina botulínica.
Distonia é o termo usado para descrever um grupo de doenças caracterizado por espasmos musculares involuntários que produzem movimentos e posturas anormais. Esses espasmos podem afetar uma pequena parte do corpo como os olhos, pescoço ou mão (distonias focais), duas partes vizinhas como o pescoço e um braço (distonias segmentares), um lado inteiro do corpo (hemidistonia) ou todo o corpo (distonia generalizada).
As injeções de toxina botulínica do tipo A (Botox®) podem abrandar o tremor das mãos, da voz e da cabeça. A duração média da melhora é de 2 a 3 meses. Quando as injeções são dadas para controlar o tremor da cabeça, o principal efeito colateral é a fraqueza dos dedos. Na experiência prática, a fraqueza ou falta de efeito geralmente impede o uso de toxina botulínica no tremor das mãos. No entanto, o tremor essencial da cabeça, particularmente o tipo "não-não", pode responder às injeções de toxina botulínica, embora alguns pacientes apresentem disfagia transitória e dificuldade para elevar a cabeça contra a gravidade depois do tratamento. Injeções laríngeas para o tremor da voz podem causar disfagia e uma voz com ar. Como os tremores da voz e da cabeça costumam ser resistentes aos medicamentos orais antitremor, as injeções de toxina botulínica podem estar mais indicadas para estes tremores.
14 novembro, 2005
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Um comentário:
Prezados,
Foi sugerido aplicação de botox para ajudar o pescoço a ficar na posição centralizada,e ,não caído,como tende, agora, a ficar.No artigo fala-se em espasmos .Mas, não há espasmos,só a pendência lateral.Ainda assim, seria indicado?Há histórico
de sucesso/insucesso nesse proceder?
Muito obrigada por esse canal que tanto pode ajudar!
Deus os abençoe!
M.Elizabeth
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