Dalva, Geni, Omar, Nancy, Iris, George, Alcides.. formam a Diretoria da ACP, que está muito preocupada em promover eventos que ajudem a melhorar a qualidade de vida dos portadores desta insidiosa doença!!!!

09 janeiro, 2007


Nova esperança - Diabetes Parkinson e de Alzheimer.



Reportagem: Paulo Gonçalves
(Campinas – SP)

O jardim que a dona de casa Terezinha Araújo tem nos fundos de casa exige muitos cuidados. Aos 67 anos, ela lida com as plantas com a mesma dedicação que precisa para manter a própria saúde.

Para colher qualidade de vida, uma alimentação equilibrada. Dona Terezinha tem diabetes, uma doença ainda sem cura que atinge 11 milhões de brasileiros. A cada três horas, ela se alimenta para evitar que a quantidade de açúcar no sangue caia demais.

"Eu e meu marido andamos todo dia de manhã. Como eu não posso atrasar a alimentação, levo uma maçã, laranja ou banana", conta dona Terezinha.

Qualquer esquecimento, e os efeitos são imediatos: fraqueza, tontura e tremor. Mesmo seguindo todas as recomendações médicas, a falta de açúcar no sangue, conhecida como hipoglicemia, pode se manifestar.

"Quando a hipoglicemia ataca, realmente derruba", diz dona Terezinha.

Médicos e pesquisadores buscam há muito tempo um remédio definitivo para o diabetes. Uma boa promessa está saindo do Departamento de Química da Universidade de Campinas (Unicamp). Os cientistas conseguiram sintetizar um princípio ativo muito procurado pela ciência.

A molécula manipulada em laboratório estimula o pâncreas a produzir insulina, o hormônio que faz o organismo absorver o açúcar. Os diabéticos têm deficiência na produção de insulina.

"Hoje os medicamentos disponíveis no mercado para esse fim têm alguns inconvenientes. Para uso crônico, eles começam a perder o efeito, por exemplo", diz o químico Gabriel Carvalho Silveira, da Unicamp.

A base da molécula é um derivado do ácido acrílico, usado na produção de tintas, fraldas descartáveis e até lentes de óculos. É uma substância abundante e de baixo custo, o que pode facilitar a produção em larga escala.

Para que o princípio ativo seja usado na produção de remédios, ainda vão ser necessários vários testes. Os pesquisadores estimam que isso possa levar cerca de dez anos, mas a melhor notícia é que, ao manipular a molécula, foi descoberto que ela pode ser útil para tratar também duas das mais graves doenças degenerativas do cérebro: os males de Parkinson e de Alzheimer. É como se uma mesma chave abrisse três portas diferentes.

É que a nova substância estimula também a produção de neurotransmissores, os responsáveis pela comunicação entre as células do cérebro. Isso retarda a perda progressiva de memória. Usado contra o Mal de Parkinson, o medicamento poderá diminuir os tremores, principais sintomas da doença.

"Acho que esses medicamentos são um excelente passo para controlar de forma adequada esse tipo de doença. Eles podem, inclusive, melhorar consideravelmente a qualidade de vida dessas pessoas", avalia o químico Fernando Coelho, da Unicamp.

Esperança na medicina do futuro. Por enquanto, dona Terezinha receita um remédio que, para ela, é infalível para a boa saúde: disposição. "Se eu me sentar e reclamar que dói aqui e dói ali, vai doer tudo. Eu não entrego os pontos!", finaliza.


Globo Reporter

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